A história mais velha do mundo, mas não tão velha para mim

Existe encantos que são despertados de imediato, não acredito em amor à primeira vista, mas à primeira vista eu acredito em muita coisa. 

O sol, o mar, o dia, o domingo aparentavam algo nunca sentido por mim mesmo estando meses frequentando aquele mesmo lugar que resolvi para te encontrar. Você me causou nervoso com atraso, anseia de que talvez todo aquele envolvimento fosse absurdo demais para quem só queria viver o verão.

Tinha muito sol, de alguma forma você se destacou enquanto eu exprimia os olhos para tentar algo enxergar ali a diante. Caminhando a minha direção temi pelo que poderia vir ocorrer. A tarde trouxe consigo a primeira despedida, essa que quase não me lembro, mas que trouxe diversas questões.

Pela insistência das minhas amigas resolvi novamente te convidar para sair, agora mais preocupado ainda com aquilo que estava fazendo. Cumprir a promessa de uma cerveja no Carmo. A missão estava completa, poderíamos nos despedir ali mesmo, porém ficou para manhã seguinte.

A cidade acordou lavada, eu acordei pensando que nunca mais o veria. Arrumei mil ocupações numa segunda excepcional nessa cidade somente para não ter que pensar naquele homem. A noite chegou e a falta não foi só sentida por mim.

Um dia, esse foi o tempo que ficamos separados até você virasse o motivo de abrir o aplicativo de mensagens. E sobre mensagens, ainda naquele domingo comecei a rabiscar uma para você, uma carta, papel, caneta, com ela pronta te chamei para ficar mais uma noite comigo.

Acordamos cedo, ou fomos acordados, eu resolvi que fotografaria os cortejos do 2 de fevereiro e lá estava você, se esgueirando entre os balaios, os banhos de alfazema, sempre atento a cada nova movimentação que ocorria diante dos olhos que me prenderam desde o primeiro momento.

No retorno você me disse até logo, essa despedida eu me lembro, passei a noite toda pedindo que você fosse embora, que eu acordasse sem você, que simplesmente sumisse sem deixar rastro. Parado estava eu agora sem saber por que tinha pedido tanto e porque logo agora resolveram me escutar.

Lhe entreguei a carta, novamente com a certeza de uma despedida.

Me arriscando, te chamei novamente e novamente você veio ao meu encontro. Sol, o sol, se fazia presente com uma intensidade que não me recordo. As ruas ainda estavam lotadas, lotadas de música, arte, fé, beleza.

Aquele era mais um dia incrível ao seu lado, a noção de tempo foi perdida, os dias pareciam semanas, as horas dias e desse mesmo jeito chegou a hora do adeus. Como dizer adeus? 

As noites foram ganhando um novo sentindo, as mensagens se transformaram em longa ligações semanas adentro. Os meses foram passando, as palavras bonitas foram tomando conta, o dia do reencontro também chegava e o medo de não ser aquilo era real.

E não era aquilo, dessa vez chegando para você sabia exatamente que a próxima despedida seria verdadeiramente dolorosa. Não tínhamos agora o sol, mas sim o frio da terra da garoa. Eu meio deslocado na imensidão daquela cidade.

Não era você o motivo daquela viagem, um grande bonus assim podemos dizer. Vivemos, mas um ato desse filme que nossas vidas tinham se transformado e na hora do adeus não era mais filme. Dessa vez havia incerteza para o reencontro.

Inverno passou, a primavera chegou e um tempo depois você.

Um ano novo chegou e junto você. Não havia convites agora, os planos eram os mesmos. Havia sol de novo, houve mar de novo, tive seu sorriso novamente naquele mesmo lugar que desejei que você nunca mais partisse.

A cidade transpirou amor.

Todas aquelas histórias do cinema são reais.

A cidade nunca foi tão azul como nesses dias com você.
Depois de você Gal passou a fazer sentido. 
Amar foi possível, ser amado virou realidade.

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