Olho inchado, travesseiro molhado e uma criança querendo paz.

 A gente cresce sabe? Ou tentamos muito! Muito mesmo abandonar aquela infância que nos lembra algo que não queremos, aquela adolescência conturbada e confusa, a fase adulta da bruta e crua realidade e por fim, o fim.

Chorar se tornou uma boa opção para colocar as frustrações desse crescimento, na verdade, chorar é uma das poucas opções onde não tenho que elaborar muito sobre essas frustrações. Sempre detestei como meus travesseiros tinha uma certeira capacidade de guardar minhas lágrimas!

Façam travesseiros aprova d'água!

Chorar, chorar muito para vê se tudo se transforma em água e vaza de mim e em algum momento evapore para longe. O resultado é um olho inchado de tanto chorar, um nariz ferido de tanto escorrer catarro, que acha valido daquele momento se transformar em mais um grande incomodo.

A mesma criança chorando no quarto da casa da mãe, vira agora um adulto chorando num ônibus qualquer numa sexta que não devia chover. Foi algo forçado! Segurei as lagrimas e o mundo desabou em chuva, fiquei satisfeito por não ser eu chorando, mas quando me dei conta já enxugava as lagrimas.

Me senti de novo criança e não tinha nada de positivo nessa lembrança. 

Estava só, no meio de uma multidão de estranhos! Não podemos deixar crianças assim. Me faltava ar no peito me sobravam lágrimas nos olhos e tinha vozes demais aos meus ouvidos. O desejo era repetir uma caminhada feita, mas naquele momento a opção de somente seguir era a melhor.

Não mudou muito né! 

Crescer, o que será que isso significa mesmo? Os medos ficaram, na verdade, outros surgiram, muitos outros. De fato não vivo os sonhos elaborados por aquela criança. Pedi perdão algumas vezes já por ter cobrado tanto daquela criança.

Hoje não tem mais criança, mas ela ainda busca paz.

 

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